sábado, 14 de março de 2015

Coração Selvagem - Ana Carolina


Ana Carolina - Coracao Selvagem
(Belchior)


Meu bem, guarde uma frase pra mim dentro da sua canção
Esconda um beijo pra mim sob as dobras do blusão
Eu quero um gole de cerveja no seu copo no seu colo e nesse bar
Meu bem, o meu lugar é onde você quer que ele seja
Não quero o que a cabeça pensa eu quero o que a alma deseja
Arco-íris, anjo rebelde, eu quero o corpo tenho pressa de viver
Mas quando você me amar, me abrace e me beije bem devagar
Que é para eu ter tempo, tempo de me apaixonar
Tempo para ouvir o rádio no carro
Tempo para a turma do outro bairro, ver e saber que eu te amo
Meu bem, o mundo inteiro está naquela estrada ali em frente
Tome um refrigerante, coma um cachorro-quente
Sim, já é outra viagem e o meu coração selvagem
Tem essa pressa de viver
Meu bem, mas quando a vida nos violentar
Pediremos ao bom Deus que nos ajude
Falaremos para a vida: "Vida, pisa devagar meu coração cuidado é frágil;
Meu coração é como vidro, como um beijo de novela"
Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão
O meu som, e a minha fúria e essa pressa de viver
E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza
E arriscar tudo de novo com paixão
Andar caminho errado pela simples alegria de ser
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo , vem morrer comigo
Talvez eu morra jovem, alguma curva no caminho,
algum punhal de amor traído, completara o meu destino.
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo
Vem morrer comigo, meu bem.

O Silêncio das Estrelas - Lenine



Solidão
O silêncio das estrelas
A ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus, e amanheço mortal

E assim
Repetindo os mesmos erros
Dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal

Um sinal
Uma porta pro infinito
O irreal
O que não pode ser dito
Afinal
Ser um homem em busca de mais
Afinal
Como estrelas que brilham em paz

sexta-feira, 6 de março de 2015

Manhã dos 33 - Sagrado Coração da Terra


Marcus Viana

Às vezes eu tenho uma leve impressão
Às vezes é uma bruta certeza
de que a nossa vida na Terra
não é bem uma viagem de férias
Nascemos pelados, sem nada, sozinhos
como fogo do sol nos olhinhos de neném
E ninguém pode nos consolar
da fome enorme que é viver
da imensa dor que é nascer na Terra

Saudade da luz das estrelas... saudade... estrela

Tudo vem, passa por nós e se vai
Sonhos e planos, fracassos, vitórias
o bem e o mal, pesadelos e sonhos bons
nada mais restará na corrente dos anos
que ainda tentamos deter a todo custo nas mãos
Se tudo e todos que amamos se vão
Meu amor segura firme a minha mão
A mente e o corpo tão breves são ilusões
Só restará o coração, a vela de um barquinho
no oceano infinito do Tempo a vagar...

E na branca manhã dos meus 33
Eu tive uma bruta certeza
De que a vida humana na Terra
Não é bem uma viagem de férias...